Pentecostes: o Espírito Santo faz-nos Novas Criaturas!
O Pentecostes é a festa judaico-cristã que celebra a descida (vinda) do Espírito Santo para iluminar e fortalecer os apóstolos de Jesus Cristo Ressuscitado.
Se pudéssemos identificar um dia para comemorar o nascimento da Igreja, este dia de Pentecostes seria o mais indicado. Hoje nasce a Igreja.
Quando nos deixamos mover pela “insustentável leveza” do Espírito de Deus, ofertamos a nós próprios a possibilidade mística do êxtase que transcende a própria imaginação ou criatividade. Ou seja, quando deixamos Deus entrar nas nossas vidas tudo se ilumina: o coração dilata, o olhar vê além das aparências, os braços alcançam multidões e os pés firmam-se no caminho.
Quando Deus entra, a esperança renasce, mesmo nas dificuldades inevitáveis da vida.
Quando Deus nos toma pela mão, passamos de convertidos a peregrinos do Espírito.
Quando Deus penetra os corações, possibilita aos seus filhos sentarem-se à mesma mesa como irmãos, sem distinções nem classes, partilhando o mesmo pão.
Quando Deus entra na nossa vida, tornamo-nos mais humanos, profundamente humanos, santuário onde reside a dignidade que não tem preço, de todo o SER HUMANO.
Sem o Espírito Santo, as nossas reflexões ficariam demasiado pequenas, sem profundidade e sem luz.
Sem o Espírito Santo, tudo se pode transformar em fruto do acaso, coincidências, interesses pessoais ou meras aparências.
Quando Deus toma conta de nós, as palavras ganham novo sabor, os olhos veem mais, os caminhos são mais verdadeiros, os gestos mais fraternos, o coração mais puro, as carências adubo e as dificuldades fortalecimento.
O papa emérito Bento XVI, afirmou que “a fé torna-nos fecundos, porque exercita o coração com a esperança”.
É um desafio a acreditarmos de novo.
É o regresso à inocência original e presentearmos aos desesperados esse crer que move montanhas!
O Espírito é como a água que torna-se branca no lírio, vermelha na rosa, de uma forma na figueira e de outra diferente nos frutos. Assim, também uma estrela difere da outra no seu esplendor.
O Espírito de Deus potencia a natureza daqueles que o recebem.
Acerca do Espírito Santo, Atenágoras, Patriarca de Constantinopla, proferiu sabiamente as seguintes palavras:
“Sem o Espírito Santo, Deus está longe;
Cristo permanece no passado;
o Evangelho é letra morta;
a Igreja, uma simples organização;
a autoridade, despotismo;
a missão, propaganda;
o culto, uma tarefa a cumprir;
e a vida cristã, uma moral de escravos.
Mas, com o Espírito Santo, Deus entra na vida do mundo, o cosmos eleva-se e simultaneamente geme a gestação do Reino;
Cristo ressuscitado está presente no meio de nós;
o Evangelho é o novo estilo de vida;
a Igreja é imagem da comunhão Trinitária;
a autoridade, um serviço libertador;
a missão, um novo Pentecostes;
a oração, experiência de contato com Deus;
a liturgia, memorial e antecipação do Reino;
e toda a vida cristã diviniza-se completamente”.
Creio que o Espírito Santo é a alma da Evangelização e a Igreja de Jesus Cristo a pele dessa alma.